domingo, 14 de setembro de 2008

LHC

O alvoroço em torno do Large Hadron Collider pode justificar o investimento feito até aqui. Os números variam, mas não é difícil dar uma "gugada" para conferir. Será fácil encontrar, por exemplo, este post do Obvious, ótimo.

Mas, sempre que alguém menciona a "partícula de Higgs, também conhecida com 'partícula de Deus'", como nesta matéria do G1, minhas referências são literárias.

Eu me lembro, por exemplo, do romance de John Updike, Pai-nosso computador, publicado no Brasil em 1987 pela Rocco, mas fora do catálogo desta editora. (O autor é publicado agora no Brasil pela Companhia das Letras). (Fico devendo provisoriamente o nome do tradutor, já que o meu exemplar sumiu e não encontrei na pesquisa que eu fiz).

Diz a resenha: "Intimamente ligado a esses personagens, um estudante procura provar a existência de Deus através de um computador."

É um pouco mais do que isso, pelo que eu me lembro. Através de um programa de computador, o jovem estudante e amante da esposa do protagonista, espera ver a própria face de Deus.

Mal sabe ele que, talvez, "o silêncio seja o mais próximo que podemos imaginar como sendo a verdadeira face de Deus", ou coisa parecida, como disse alguém, mas eu hoje estou horrível e não consigo achar nada. Fica o desafio.

---0---

Por falar em Updike e em desafio, eu tenho a impressão de que ele é o único autor que eu conheço que pode descrever um ato sexual com detalhes que poderiam ser classificados como pornográficos sem parecer um livro de educação sexual e sem perder a sensualidade. Esta impressão foi reforçada no caso do livro acima. "Culpa" do tradutor?

---0---

E por falar em silêncio e em Deus, a navegação curiosa nos leva a um blog de uma jovem jornalista porquesa que não fala do nosso silêncio, que seria até bom, mas do mais terrível dos silêncios: O silêncio de Deus.

Cujo último post, que eu só encontrei agora, Da tacanhez dos dias II, é mais bonito, mais triste, mas mais completo do que o meu ali de baixo, mas também menciona Voltaire, além de um Fernando por todos os motivos muito mais ilustre do que eu, o Pessoa.

Nenhum comentário:

Onde me encontrar