"Na primeira vez que aqui estive, consegui não me intrometer muito na vida do Hospício; agora não, sou a isso obrigado, pois todos me procuram e contam-me mexericos e novidades. Esse convívio obrigado, com indivíduos dos quais não gostamos, é para mim, hoje, insuportável e ainda mais esse furto e as minhas apavorantes dívidas fazem-me desejar imensamente sair daqui. O médico me ofereceu alta, mas não a aceitei já, porque só quero sair depois do carnaval. Demais, eu penso que o tal delírio me possa voltar, com o uso da bebida.
Ah! Meu Deus! Que alternativa!
E eu não sei morrer."
Lima Barreto. Diário do Hospício em Diário do Hospício / Cemitério dos vivos. Prefeitura do Rio de Janeiro, Biblioteca Carioca, 1993, p. 86.
Seja lá como for, como pode ter compaixão por Lima Barreto alguém que já desistiu de se embriagar faz tempo e que jamais aprendeu a enlouquecer direito?
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